Histórias do Vale das Corujas

 

Na falta de informações mais precisas sobre o vale das corujas, a gente vai alinhavando o que pode. Um marco dos mais antigos deve estar ligado a quando a “civilização” cortou o vale,  ao estabelecer-se a Estrada da Boiada (hoje Av. Diógenes Ribeiro de Lima, que corta o córrego das Corujas - canalizado - em frente da Padaria A Pioneira).

            O site http://www.almanack.paulistano.nom.br/boiada.html    diz que a Estrada da Boiada foi uma extensão da estrada que ligou em 1786 o caminho de Pinheiros a Santo Amaro. Essa extensão dirigiu-se à Lapa e hoje tem o nome de Avenida Diógenes Ribeiro de Lima. Na passagem por Pinheiros, a Estrada da Boiada compreendia a rua Fernão Dias e a rua Pinheiros. O seu caminho compreendia também a rua Groelândia, a avenida Brigadeiro Luis Antonio e outras vias.

            Os morros e planaltos de Pinheiros eram cortados pelo Córrego do Rio Verde, que nascia perto da rua Oscar Freire e desaguava no Rio Pinheiros. As localidades do lado oeste do córrego, onde hoje está a Vila Madalena, chamavam-se, já no início de nosso século, Sítio do Rio Verde. Alguns antigos moradores da Vila Madalena contam que o proprietário das terras era um português. Ele tinha três filhas: Ida, Beatriz e Madalena, que deram origem aos nomes dos atuais bairros da Vila Beatriz, Vila Ida e Vila Madalena. Entretanto, a história faz parte da memória oral dos habitantes da Vila (www.vilamadalena.net). O córrego das Corujas separa a Vila Madalena da Vila Beatriz.

            A região da nascente do córrego, sendo tão íngreme, deve ter continuado com um sítio por longo tempo, mesmo quando a Vila Madalena já se desenvolvia, nos anos 30.

            A Praça Dolores Ibarruri “La Pasionaria” (1), hoje o centro bucólico do vale, deve ter sido inaugurada no final dos anos 80, substituindo o matagal que lá havia. Conheço várias pessoas que moravam nas redondezas e não se lembram de como era o vale. Somente pessoas que moram onde hoje é a Avenida das Corujas lembram-se do córrego ainda não canalizado, naquela região. Estamos procurando fotos desse tempo.

            Vários amigos que moravam no Alto de Pinheiros lembram do córrego ainda aberto em frente à Igreja da Cruz Torta, na Frederico Hermann Junior. Deve ter sido canalizado nos anos 70.

            Dona Angelina mora na beira do córrego há 50 anos.

(1) http://www.eroj.org/biblio/ibarruri/biografi.htm