Como eliminar a poluição no Córrego  das Corujas?

 

 

O Corujas recebe águas dos dutos de águas pluviais da Prefeitura.  Isso chega em feios tubulões, e a água vem bem poluída. É  provável que tenham sido feitas ligações clandestinas de esgoto na águas pluviais.  Como descobrir de onde vêm? Como quantificar a poluição?

O adm. Gilmar Massone e o eng. Guilherme Machado Paixão escreveram o artigo "Córrego Carajás no Parque da Juventude: Despoluição em áreas urbanas" em que descrevem como isso foi feito com sucesso, na Zona Norte de S.Paulo. esse trabalho fez parte do Programa Córrego Limpo.

A quantificação da poluição pode ser feita de forma simples ou mais sofisticada. A forma simples é usar kits da Cetesb, que a Fundação  SOS Mata Atlântica disponibiliza, e que mesmo leigos podem medir alguns parâmetros e calcular uma nota.  A nota classifica a situação daquele ponto em péssima, aceitável, boa.  Existe  um projeto de acompanhamento da qualidade da água de vários córregos e rios de São Paulo, divulgado no site http://www.rededasaguas.org.br/observando/observando.htm. Temos que incluir o Corujas nesse monitoramento.  A primeira idéia é juntar um grupo da Escola Prof. Olavo Pezzotti para fazermos isso.  A forma mais sofisticada de quantificar é mandar analisar parâmetros específicos (coliformes fecais, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica da água e outros). Para isso é preciso dinheiro, patrocinadores, é um pouco cedo. O melhor é começar com o kit da Cetesb.

De onde vem a poluição, num vale tão confinado, com uma população ribeirinha instruída e de boas posses?  A questão é que as ligações clandestinas podem até ser ignoradas pelos donos atuais, pois sabe-se lá quando foram feitas. Eu mesmo não tenho certeza se minha casa tem ligação clandestina ou não. A casa é de 1968 e eu não fui lá, abrir buraco no asfalto da rua, prá saber se a ligação está feita corretamente.

 Há quem diga que se tirarmos os esgotos o Corujas seca... Pode até ser verdade. Em Seul, na Coréia, a prefeitura descanalizou um córrego no centro da cidade e bolou maneiras de trazer águas para ele.

                Outra lenda urbana é que a Sabesp saberia quais casas não usam o sistema de esgotos, pois essas casas pagam somente metade da conta de água e esgoto. Seriam casas que teriam fossas sépticas e, portanto, não usariam a rede de esgotos.  Entupida uma fossa, é fácil imaginar um pedreiro sugerindo ligar o esgoto nas águas pluviais... Não sei se isso é fácil de fazer, afinal tem que ligar num tubo. Mas se tiver uma boca de lobo perto, é moleza.

                Uma idéia é usar um corante para saber se o esgoto de determinada casa vai para as águas pluviais ou não: alguém joga o corante na pia da cozinha de uma casa e outro fica lá no Córrego esperando para ver se a cor aparece no córrego.  A imprensa reportou que alguém fez uma investigação semelhante no Córrego do Sapateiro, no Ibirapuera, buscando identificar as ligações clandestinas, mas ainda não descobri um contato, que conte como foi.

                Para buscar boas práticas nesse caminho, estamos fazendo algumas tentativas na USP. Lá também existe um córrego poluído, lá também existem ligações clandestinas.  Estamos trabalhando para eliminá-las. O que aprendermos lá, poderemos usar aqui no Corujas.

                Enfim, quem puder ajudar, faça-o: escreva para f.landgraf@uol.com.br

  Trecho do córrego das corujas com água bem sujinha...

um dos tubos trazendo águas pluviais e sujeira...