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A ARQUIBANCADA DA ARQUI CAMBADA

 

V.J.M.J.

 

Quem somos nós?

 

 

           

Convivemos no Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo nos anos entre 1962 e 1971, do 3º  Primário ao  3º Colegial. Ou seja, somos meninos (sim, no Arqui só tinha meninos) nascidos entre 1952 e 1954. Alguns entraram depois de 62, outros saíram antes de 71, mas atravessamos parte desse tempo juntos. Eu mesmo só estive lá entre 1965 e 1970. Três classes se embaralhavam, talvez houvesse um critério de quem era da turma A, B ou C, mas tivemos mais ou menos os mesmos professores. Nós e muitos outros de outras gerações.

 

O que nos faz diferentes dos demais? Difícil dizer. Se contarmos nossas histórias, talvez descubramos o que nos distingue. A internet viabilizou reencontros e o registro de nossas lembranças.

 

Uma parte de nós entrou no Arquidiocesano em 1962, no 3º ano primário, sob a regência do Irmão Rafael. As lembranças de 1963 são mais fortes, muitas histórias foram contadas das brincadeiras no páteo dos Menores. 

            Uma leva ainda fez o 5º ano primário, em 1964,  jogando bola sob as vistas do Irmão Leão, na Divisão dos Menores.

 

 As fotos dos passeios à Chácara dos Irmãos são chocantes!

 

Juntamo-nos todos na 1a Série do Ginásio,  em 1965. Alguns de nós éramos internos (dormiam na escola) ou semi-internos, passávamos a manhã no Estudo dos  Submédios e a tarde tínhamos aulas de matemática com o Giovani,  português com o Expedito e francês com o irmão Petit Pomme-de-Terre, que se transformava em Irmão Batatinha quando tomava conta da loja.. As fotos de uma viagem ao Paraná, nesse ano, são fantásticas.

            Tendo apenas 12 anos, em 1966,  nós sofremos a trágica experiência de perder uma Copa do Mundo apesar de ter Pelé e Garrincha. Dramáticas são as lembranças da morte de um colega numa piscina.

            1967 também foi um ano forte. Aprendemos inglês (e um pouquinho de alemão) com o Prof. Eid, enquanto o Prof. Batista Pozinho tentava ensinar português. Terços rezados andando em círculos no mês de maio, enquanto quermesses povoavam os meses de junho. Registramos muita coisa no nosso jornal de nossa classe “O Colegial”, editado pelo Ricardo Chiorino.

 

Em 1968 os mais novos participamos dum tal MOV, onde, sob o pretexto de ajudarmos pessoas carentes da favela do Brejo Alegre, tínhamos por objetivo encontrar garotas do Colégio N.S. do Rosário, o que incluía a Mônica Waldvogel. Os mais velhos chegaram a viver “O ano que não acabou”, consubstanciado numa peça de teatro "Por todos os séculos", que talvez tenha tido uma única apresentação. No final do ano tivemos nossa “Formatura de Ginásio”.
Em 2008 fomos invadidos por uns velhinhos que estavam  um ano na nossa frente. Eduardo Barros trouxe umas fotos fantásticas que mostram que vários desses velhos tomaram pau no 1o colegial em 1968 e juntaram-se a nós. Recebemos essa turma com muito carinho. Mais fotos vem aí. Registramos em "os véio" o tiroteio ocorrido durante a identificação de nomes nas fotos.

 

Começamos o Colegial em 1969 e infernizamos a vida do Irmão Fidelis, com a ajuda de uma leva de gente vinda do Glória.. O livro de História Geral no qual estudamos é chocante no seu criacionismo e anti-semitismo. O esporte absorvia vários de nós, na Academia Magnus de Fisicultura, do querido professor Hudson. As viagens para o Paraguai começaram em 1969. Viajando em julho de 1970 ouvimos infinitas vezes as vitórias brasileiras na Copa, redimindo 66.

1970 foi um grande ano. Vivemos um arremedo de protesto, em 1970, quando o Arqui foi às finais de basquete dos  Jogos da Primavera e o reitor não nos liberou para assisti-la. Uma grande leva teve que sair do Arqui após aquele episódio. Descobrir o Pasquim, em 1970, alterou nossas vidas.

Os que ficaram tiveram o prazer de ter como professores os irmãos Nilson e Atico Rubini, em  1971. Temos várias fotos da turma de 1971  .

 

 

Uma foto da turma dos professores, possivelmente de 1967, ajuda a relembrar quem era o Giovanni, o Expedito, o Estevam Serafim, Yossef C. Eid, e outros...

 

Cinco desses moleques formaram um forte vínculo no segundo semestre de 1970, unificados por um ideal “udigrude”, a versão pasquinesa de “underground”: (parecido, ainda que digam contrário, ao movimento “hippie”): Landgraf (Land), mais Paulo Eduardo, Francisco Roberto (que odiava o apelido de Chiquinho - e é chamado pelos amigos de Bel), Carlos (Charles) , e por José Roberto (Zero). As separações acontecidas em 1971 (Paulo foi para Campina Grande, na Paraíba, e Land foi para Anderson, Indiana, Estados Unidos) transformaram-se em oportunidade para criarmos um vínculo literário. Dezenas de cartas foram trocadas até o reencontro, em 1972.

A ligação entre os cinco atravessou a diáspora profissional (cada um foi estudar uma coisa) mas de certa maneira sucumbiu à diáspora familiar: cada foi foi constituir a sua. Em outubro de 2000 reencontramo-nos os cinco, na Internet e em vários bares paulistanos. Encontrar mesmo, os cinco, só em 2003.

 

O primeiro Encontro Geral aconteceu em fevereiro de 2004, no Jabuti, um bar em frente ao Instituto Biológico, a partir de então considerado nossa Sede, já que não cabemos todos no bar do seu Nelson.

A foto mostra Milton, Matta, esposa do Hudson, Bel, Hudson, Carlos, Landgraf sentado, Negrão no cangote, Dalton no alto, Chiorino Jr., Chiorino e Zero. Por telefone, de Belzonte, tivemos a presença emocionada do Paulo Eduardo Martins Araújo.

  E descobrimos que existe uma associação de ex-alunos!  

http://www.patiocentral.com.br/quem_somos.asp

 

            Essa turma se escreve furiosamente, pela Internet. Num dia mais apimentado podem chegar 100 emails. Moreau, que aqui chegou em abril de 2007,  descreveu sua impressão sobre nós:

"  um depoimento que quero fazer, de quem está há pouco tempo, é sobre os temas que aparecem por aqui. É coisa de maluco; escreve-se sobre tudo, comenta-se sobre qualquer assunto (ou não se comenta nada). Como gosto de escrever, soltei a franga (no bom sentido).
 
Acho gostoso ter um forum no qual posso escrever sobre qualquer coisa, sem me preucupar muito com o que vão achar ou deixar de achar. Dar minhas opiniões sobre qualquer coisa (ou ficar quieto). Tudo é digerido, de alguma forma. É um antropofagismo no melhor estilo modernista. Aí eu me animei e passei a escrever todos os assuntos que me davam na telha, além de palpitar sobre alguns outros que, de alguma forma, repercutiram no íntimo do meu ser (essa foi f*da ... "no íntimo do meu ser" ... parece romance barato que as adolescentes da nossa época liam...).
 
Prá v. ter uma idéia do que já passou por aqui desde então (+/- quatro meses), além dos clássicos "futebol, muié e carros": espirais, Jung, cachaça, lua azul, espiritualismo, música (diversos tipos), jornalismo, política (aos montes), cidades históricas mineiras (Dalton é um grande especialista), locais 'cult' das décadas de 70 e 80 em Sampa, exame de próstata, latim, poesia, ecologia, usos e costumes, humor, ciência em geral (particularmente magnetismo), literatura, história (recentemente, sobre Egito antigo) cinema, teatro, motos, viagens, aviação, animação, fotografia, ditadura militar e esquerda política, entretenimento em geral, geografia, arte, temas da atualidade e outros que, de bate pronto, não me recordo. Além, é claro, do tema Arqui, Maristas e seus em tornos. Tivemos recentemente um debate muito legal sobre a "frieza dos maristas" e sobre da associação dos ex-alunos do Arqui e o seu site oficial. Isso sem contar o carinho e a atenção de todos para com todos, independentemente das divergências que ocorrem nesse forum.
 
De uma maneira geral, para mim, tudo é muito instigante, divertido, didático. Como sou muito curioso sobre a maioria dos assuntos (mas não gosto de me aprofundar) aprendo muito. Quando comecei, um amigo disse-me que tivera uma experiência parecida, mas desanimou por que, nos encontros, o pessoal falava 15 minutos de atualidades e logo caia na esfera das reminiscências do passado escolar e isso estava se tornando chato e recorrente. Confesso que fiquei com essa prevenção, mas logo descobri que o grupo não era assim e mesmo as "reminiscências" tinham um caráter antropofágico, moderno. Um olhar para trás crítico, de descobertas de origens que resultaram no que somos. E somos isso, uma metamorfose ambulante ..."
 
Como se fosse necessário comprovar o que o Moreau ali disse, seguem abaixo alguns depoimentos que valem registrar:
 
em agosto de 2008 Zero decretou que é proibido morrer sem aviso-prévio.
em 7 de outubro de 2009, Alvaro escreveu o email Blusa de Chita
em 16 de outubro de 2009, Dalton escreveu o email Tudo eu, tudo eu
 
Além disso, o Moreau desenvolveu uma mania de montar histórias em quadrinhos dos encontros. A maioria é impublicável.
Aqui vai uma possível, de encontro no Astor (bar na fronteira da Vila Madalena com a Vila Beatriz) em março de 2008
 

Gente que já encontramos

abdo aziz

alcides diniz

alfredo matta junior

alvaro ramos

antonio carlos barossi      (1969-1971)

antonio carlos mingroni

aristides cury

carlos de oliveira junior     (1969-1971)

claudio gama pimentel (1962-1968)

dalton de almeida raphael (1962-1969)

decio "charuto"

eduardo barros da silva

eduardo giansanti (1969-1971)

euclides

eugênio keppler

fabio moreau

floro

fernando jose gomes landgraf      (1965-1970)

francisco roberto gonçalves dos santos

fulvio marcio

homero de castro neves

homero villela de andrade filho

jose augusto de souza negrão

jose olimpio castro neto

jose roberto alves freitas    (1963-1971)

Luis Amaral Madureira Filho

luiz demenato

luiz pavão

Marcelo Octavio Negreiros de Mello (1969-1971)

marçal keppler

marcelo paes barreto       (1962-1966)

marco antonio schettini

milton freitas martins

nelson santucci torres

nilton brotto

oswaldo piccioli

paulo eduardo martins araujo (1962-1970)

paulo irineu tramonte

reginaldo dib rahal

reinaldo leite

ricardo luiz perrone

 

ricardo graziano chiorino       (1962-1971)

Roberto Gabriel Filho (-1971)

rodrigo parada jr          (1969-1971)

severino gago sanches filho

Ubaiara Luis de Almeida

 

Gente que queremos encontrar,

quem souber do paradeiro,

avise para

F.landgraf@usp.br

 

 

Guerino Manfrini

Oliveiros

Jobel 

Cavalcanti

Spacaccherchia

Nelson Sacks

 

 

e um monte de outros