o blog do córrego

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O Córrego das Corujas separa a Vila Madalena da Vila Beatriz, nas suas origens, e separa o Alto de Pinheiros do bairro de Pinheiros, no seu trecho final. Um pequeno trecho a céu aberto, escondidinho, é o vestígio que denuncia a sua existência, um surpreendente oásis na zona oeste de São Paulo. Os ribeirinhos gostam e fazem várias intervenções na praça e redondezas, como na ponte da Rua Juranda, aí na foto.

Em 2009 começou uma reforma na praça Ibarrury. Moradores do bairro articularam-se, construíram uma proposta, levaram à prefeitura e ... vamos ver o que vai dar. Teremos araucárias, no Alto dos Pinheiros?

Esta página exercita a observação e incita à intervenção no vale do Corujas, com uma certa maneira de olhar: não um bairro - criação do homem - mas sim a microbacia - criação da natureza, da geologia e da água. Ainda assim, interessa ver o que os humanos fazem com essa microbacia, olhando por cima e por panorâmicas, redescobrindo o passado e projetando futuros, buscando seus habitantes e os transeuntes, fotografando suas escadas grafitadas e edifícios de grife.

Tudo isso prá que? Prá propor essa nova forma de pertencer, de reconhecer-se: habitantes do vale de um rio. Nossa casa não faz parte de um bairro, mas sim de um vale. Nosso esgoto, nossas águas pluviais, são obrigadas a respeitar essa determinação. Nossas escolhas de caminho, a pé ou de carro,  também fazem uso do conhecimento da microbacia. Quanto mais gente reconhecer-se como moradores deste vale, maior será a chance de eliminarmos a contaminação desse pequeno córrego. O Corujas já está no tal Programa Córrego Limpo, vamos acompanhando  o quanto ele melhora. E para limpar o Rio Pinheiros, o que é preciso? Tem que ser possível. Com isso, ajudamos a melhorar esta pequena pedra azulada.

Ponte da Juranda, em 2007.

foto tirada dia 5 de fevereiro de 2009, após a chuva. Essa água não foi correndo pro Pinheiros, ainda bem.