Um Pequeno Passeio pela História da Cidade de Wasungen

 

Dr. Gunther Wölfing

 

A Antiga Colônia

 

Wasungen é citada pela primeira vez no ano de 874 num documento, depois que o nobre Kunihilt doa todos os seus bens de Grabfeldgau para o mosteiro de Fulda, nas imediações de  Wasungen e também em Katza, Schwallungen e Schmalkalden. Grabfeldgau não corresponde à região que chamamos hoje de Grabfeld, mas estava situada mais para o norte, até a região de Schmalkalden.  Sua importância política naquele tempo não é muito clara, mas ela era a região mais ao norte da província real de Ostfranken, cuja fronteira com a Turíngia era o Rennsteig . A região foi colonizada desde o século VII  Até hoje o dialeto dos habitantes de Wasungen é fraenkisch.

 

A colônia citada em 874  é provavelmente já de origem mais antiga que a “colonização do estado fraenkisch”. Ela não estava situada no lado direito, como o núcleo da cidade de hoje, mas na margem esquerda do Werra  a partir da região que corresponde a ponte de hoje, daí para cima- naturalmente não direto ao rio, mas numa região mais alta, livre de enchentes. Esta parte da cidade foi reconstruída na mudança do século. No nome do lugar está colocada a palavra do antigo alto alemão “wasen, que corresponde aoRasen” atual, mas ligado à característica de úmido e pantanoso. A pequena colônia agrícola era um lugar insignificante ao lado de outros que haviam na época e que foram fundadas no correr da ampliação do território na idade média , para então no século XIV e XV no correr da crise agrícola daquela época e sob a sucção das cidades , se transformar em deserto. Seu centro religioso era uma construção sacra por volta do ano 1000 cuja ruína foi conservada na igreja Friedhofskirche de hoje.

 

 

A Formação da Cidade

 

No século XII foi construído no que é hoje chamado o monte do castelo (Schlossberg).o castelo que mais tarde se chamou “Maienluft”.Ele era o centro de um pequeno império dos senhores de Wasungen, que foi mencionado de 1157 até a primeira metade do século XIII. Na defesa do castelo e talvez por exigência determinante de seus  senhores surgiu do lado direito do Werra uma vila, que recebeu o nome da antiga colônia agrícola, que logo foi abandonada. Um documento de 1190 menciona  primeiro a colônia que pertencia ao castelo. Talvez já nesse tempo e nas outras décadas nasceram as primeiras ruas, que se conservaram até hoje com muito poucas mudanças. No século XIII foi construída a igreja da cidade sobre Kirchberg. Com isso diminuiu a importância de St. Peter no cemitério de hoje.

 

Mais tarde, em 1250, Wasungen foi transferida para os condes de Henneberg, que se dispuseram a construir um território fechado na região ao sul de Rennsteig e haviam transferido o centro do poder de seu senhorio do castelo principal  ao sudoeste de Meiningen até Schleusingen.  Wasungen entrava agora na fase decisiva de seu processo de transformação para cidade. A razão principal era a localização central da  economia como mercado para as terras vizinhas e posto de uma indústria importante. Não menos importante era também a sede da administração que se desenvolveu do antigo pequeno império (existente até 1869) e da Justiça criminal autorizada para a região, o chamado “Zent”, que se reunia ao sul da futura cidade. (Steinerner Tisch, v. monumentos). Em um documento do mosteiro Wilhelmiten fundado em cerca de 1299 nas proximidades da “velha-Wasungen” na margem esquerda do Werra o lugar é chamado primeiro de “oppidum”, ou seja “Kleinstadt”. O soberano de Henneberg-Schleusigen, conde Berthold IV,  obteve além disso em 1308  aprovação adicional do imperador com os direitos da cidade de Reichsstadt Schweinfurt. Com isso o processo de formação de cidade, que foi apoiado pelos habitantes de Henneberg também dentro do interesse de seu império, foi formalmente concluído.

 

 

Fim da  Idade Média

 

Justamente a formação da figura municipal externa necessitava ainda de um tempo mais longo, que exigiu quase todo o século XIV. Para a cidade da Idade Média pertencia antes de tudo os seus muros. É possível que os habitantes de Henneberg já no século XIII se armassem nos cantos da futura cidade, mandando construir alojamentos pequenos em forma de torres para os cavaleiros, a fim de dominar melhor o lugar e também de se defender.  No caso da chamada torre dos judeus no lado sudoeste devido ao inventário de construção ele pode ser considerado comprovado. Os outros pontos estratégicos restantes foram reforçados no mais tardar até o século XIV  e ligado com o muro da cidade, que foi mencionado primeiro em 1325. Os portões de cima e de baixo são mencionados desde 1375 (pormenores da construção da cidade velha v. em “pontos Turísticos”). Desde 1327 aparece o enorme mercado também em documentos e desde 1360 são mencionados os artesãos mais importantes, desde 1341 também os três moinhos, um no Katza e dois (Niedermuehle na parte de baixo da cidade e Pfortenmuehle na Muehlgasse) em Muehlgraben, que ao mesmo tempo foi levado para o muro oeste da cidade com a finalidade de defesa e de receber sua água de uma barragem no rio Werra. Pela tabela de impostos mais antigos supõe-se que Wasungen tinha por volta de 1472 no máximo cerca de 600 habitantes – para as condições do fim da Idade Média, um número normal para cidades pequenas. Entre esses habitantes pertenciam além dos cidadãos também os monges do mosteiro Wilhelmiten e as famílias dos cavaleiros nas suas fortalezas e no castelo Maienluft. Nos séculos XIV e XV 38 famílias nobres poderiam ser identificadas, que aqui moraram temporariamente ou tinham propriedades. Seus privilégios em relação ao povo forneceram o combustível para muitos desentendimentos. Desde 1390 o Conselho é comprovado como órgão de administração autônomo da cidade. O representante dos soberanos de Henneberg  era um desses governadores empossados. Além disso atuava ainda um prefeito para as aldeias da redondeza. Ele ficava em Maienluft ou no prédio predecessor do futuro prédio da repartição. O referido direito foi – talvez já na base do privilégio de 1308 – elevado para Juízo de Primeira Instância Imperial Livre. Com isso ele também foi a instância superior para muitos outros tribunais na região. Como “tribunal superior” faziam parte  14 jurados e o corregedor  mas ao mesmo tempo responsável para casos criminais graves com poder de decisão sobre a vida e a morte. Nesta função o tribunal era eficiente até o fim do século XVIII.

 

 

Do Início da Nova Era até 1648

 

Depois que a população se revoltou contra o nepotismo do Conselho, o jovem conde Wilhelm IV de Henneberg  interveio e aproveitou a oportunidade para colocar em ordem a cidade que estava fora de controle nos tumultos da idade média da soberania, para o qual ele passou os estatutos especiais para essa cidade. Quando em 1525, na guerra dos camponeses, os rebeldes da tropa de Werra e das tropas de  Bildhaeuser cercaram o conde, Wasungen também se une como as outras pequenas cidades à aliança camponesa, para obter novamente a antiga autonomia. O mosteiro foi destruído. Devido a isso os cidadãos tiveram logo a seguir um duro julgamento. O revolucionário pregador Hans Heinrich Uelberger, que tinha sido denominado pastor da cidade, foi executado. O resto do século XVI  foi então um tempo de desenvolvimento tranqüilo mas interrompido por alguma  intranqüilidade bélica, que foi caracterizado por um desenvolvimento considerável da indústria local e de um florescimento cultural. Ao lado das indústrias têxteis, principalmente a tecelagem, tendo como base a criação intensiva de carneiros  exercida  intensivamente na região , foi também de primeira linha a fábrica de espingarda e do cabo de espingarda , que na área de influência da transformação do ferro de Schmalkalden e Suhler e a fabricação de armas foram de grande  importância, com comércio de longo alcance e produzindo qualidade de ponta, dos quais alguns pedaços estão expostos em importantes museus europeus ainda hoje. Expressão do desenvolvimento cultural, além da reforma de Henneberg desde 1543/44, foi  também o apogeu da enorme arquitetura enxamel. As indústrias que prosperavam possibilitaram substituir nos cem anos, de aproximadamente 1530 a 1630, quase toda a construção existente pelas novas construções na forma arquitetônica da nova cidade. Para isso pertenciam também as casas que predominam até hoje.

 

A guerra dos trinta anos provocou o fim desse próspero desenvolvimento. Os condes da família Wettin de linha ernestina e albertina, que ocupavam em comum o condado de Meiningen desde a extinção dos Hennberger no ano de 1583, puderam manter a neutralidade durante o pior da primeira metade da guerra. Com o fim dessa neutralidade e o posicionamento em favor do príncipe protestante, em 1631,  aconteceu uma catástrofe em Wasungen e em muitas outras cidades e aldeias das terras de Henneberg, isso particularmente após a invasão croata em outubro de 1834 sob o cruel general imperial Isolani e, logo a seguir, aconteceu a pequena guerra acompanhada de epidemia, que durou até 1648. Pode-se avaliar o quanto a cidadezinha sofreu pelos números apresentados: de 354 famílias que moravam aqui em 1618, em 1649 restavam 130, o número de moradias diminuiu de 215 para 136 no período de 1631 a 1648.

 

 

De 1648 a 1748

 

Essas feridas  se curaram lentamente. As décadas após a guerra foram ainda um tempo de miséria e de penosa reconstrução. Até o início do século XVIII o básico da reconstrução foi conseguido. Novamente Wasungen era uma próspera cidadezinha industrial. No registro de 1612 encontrado na paróquia consta, por exemplo: 9 açougueiros, 11 padeiros, 1 cervejeiro, 17 tecelães de linho, 4 tecelães de pano, 2 fabricantes de chapéus, 2 peleiros, 7 curtidores vermelhos, 2 curtidores brancos, 4 seleiros, 15 sapateiros, 39(!) cuteleiros, 1 serralheiro, 3 fabricantes de armas, 4 afiadores, 8 ferradores, 4 fabricantes de pregos, 3 fabricantes de tonéis, 1 oleiro, 5 cordoeiros, 2 ladrilheiros, 4 pedreiros, 6 carpinteiros, 1alfaiate, 5 marceneiros, 3 vidraceiros, 5 torneiros, 5 carpinteiros de carroças e 2 barbeiros. Outras fontes da época confirmam ainda 3 moinhos de trigo, 1 moinho de casca de carvalho/tanino, 1 moinho de azeite, 1 sovador e as profissões de fabricante de pão de mel, tintureiro, fiandeiro de lã, soprador de vidro, pintor e limpador de chaminés na cidade, que desde a idade média foram privilegiados com um mercado semanal e até 1561 com três, depois quatro e a partir de 1612 seis mercados anuais. Os mercados semanais aconteciam primeiro todas as quartas feiras, a partir de 1612 aos sábados, e isso continuou todo o século assim. – A Segunda prosperidade econômica atingiu novamente a construção e a Altstadt-Bild, mas no geral não atingiu o recorde de antes como em cerca de 1600.

 

Nos anos de 1747/48 Wasungen foi cenário de um acontecimento que entrou para a história como “Guerra de Wasungen” e foi considerado a maior tragicomédia dos pequenos estados alemães do século XVIII, principalmente depois que Gustav Frytag publicou no seu famoso “Bildern aus der deutschen Vergangenheit” / Figuras do passado alemão, o relato de um oficial que participou da guerra. Wasungen depois da divisão do condado de Henneberg em 1660, foi agregada inicialmente ao ducado de Sachsen-Gotha, mas em 1680 isso foi dividido  entre os sete filhos do duque Ernst des Frommen em sete “reinos, que entre si estavam sempre em conflito. Um desses estados anãos pela divisão era o ducado de Sachsen-Meiningen, ao qual Wasungen passou a pertencer desde então.

 

Em 1747, na corte de Meiningen, aconteceu uma briga  entre duas damas nobres, a de  Gleichen e a de Pfaffenrath: qual delas merecia sentar primeiro à mesa? Depois que a dama de Gleichen tentou tirar vantagem sobre o conde Anton Ulrich e a dama de Pfaffenrath fez um panfleto muito mal educado, as duas foram presas. Mas o supremo tribunal incumbiu o militante duque Friederich III de Sachsen-Gotha de libertar as duas. Ele esperava por uma oportunidade dessa para  invadir a terra de seu primo, pois Anton Ulrich não possuía descendentes com direito à herança, e  Friedrich  queria de qualquer jeito garantir a herança. A 13 de fevereiro de 1747 ele mandou 257 soldados marcharem para a fronteira. A vítima foi Wasungen. A cidade ficou um ano e meio ocupada e foi vítima de muitas batalhas. O conflito terminou finalmente por intervenção do rei Frederico o Grande da Prússia. O duque de Meiningen,  num segundo casamento oficial, gerou sete herdeiros, e o primo de Gotha na sua cobiça, ficou a ver navios.

 

De 1748 a 1850

 

Na metade do século XVIII também o apogeu do segundo período de florescência  havia sido ultrapassado. Devido à concorrência da manufatura e mais tarde da indústria que vinha de fora, estagnou-se o desenvolvimento da indústria local. No início do século XIX o trabalho artesanal estava quase em ruínas. Como conseqüência  da Guerra dos Sete Anos, de 1756 a 1763,  da guerra napoleônica e do domínio estrangeiro de 1806 a 1815  com as inúmeras passagens das tropas, saques e algumas operações militares, além do bloqueio continental imposto por Napoleão restringindo as possibilidades de venda agravaram a situação. No início do século XIX o artesanato local se encontrava na miséria. Poderia ser considerado de sorte  quem pudesse se aproveitar do trabalho como camponeses mesmo só conseguindo alimentação básica.  Para isso a introdução da plantação de tabaco pelo cidadão local Wilhelm Heumann desde 1659 teve grande importância, na qual o beneficiamento e o comércio do tabaco estavam associados. Uma minoria podia viver disso.

 

Um dos muitos artesãos famintos desse tempo foi o poeta de Wasungen Kaspar Neumann (1800-1850). Sua força estava na poesia em dialeto, com uma grande força de expressão que descreveu principalmente a necessidade de seus semelhantes de modo comovente. A insatisfação dos miseráveis foi manifestada também em forma de algumas ações  durante a revolução de 1848/49. Foi fundada uma associação de cidadãos da oposição e como em outros lugares originou uma milícia, cuja bandeira preta-vermelha-dourada com o brazão da cidade ainda é conservada.

 

 

A Partir de 1850

 

Com a construção da estrada de ferro de Werra em 1858 e a introdução da liberdade industrial no condado de Sachsen-Meiningen em 1863, que aboliu os antigos regulamentos da corporação , foram dadas as condições prévias para o desenvolvimento de empresas maiores e fábricas.

 

Nota de Fernando Landgraf: é curioso que o autor não mencione a intensa emigração que deve ter ocorrido no período, tanto para a Amériuca do Norte como para a América do Sul.

 

Até os anos 20 existiam, além de algumas “fábricas” de cigarros, que realmente eram manufaturas, desde 1882, uma fábrica de papel, em 1892 uma fábrica de tubos (a metalúrgica de hoje), uma pequena fábrica para a fabricação de cartão alcatroado, duas serrarias e uma fábrica de cestos. Proporções maiores teve em parte a construção civil. O artesanato conseguiu sobrevivência dentro do campo de prestação de serviços. Grandes incêndios como o do sudoeste da cidade velha em 1849, da Turmgasse em 1851 e da mesma parte da cidade em 1921 seguraram o desenvolvimento econômico e causaram novas privações, sem contar os efeitos da Primeira Guerra Mundial. Também as crises até 1932 deixaram a economia da cidade numa situação muito difícil. Em 1934 as cidades daquela época com cerca de 4.000 habitantes foram declarados zona flagelada, depois que quase todas as fábricas pararam. Ainda em 1935 havia aqui 125 desempregados, considerando que o trabalho feminino ainda não era aplicado. Mas já na primeira metade do nosso século a cidade cresceu além da sua fronteira antiga. Só em Rieth surgiu um bairro totalmente novo e tão grande quanto a própria cidade velha.

 

A ditadura fascista e a 2. Guerra Mundial exigiram de Wasungen novamente um banho de sangue. Até agora ainda não foi comunicado quão alto foi o número de vítimas. No início de abril de 1945 chegou uma grande ameaça, quando o exército alemão  e os  americanos estavam em batalha e Wasungen estava no meio do fogo cruzado. Os nazistas bombardearam sem nenhum motivo a bela ponte de arenito sobre o Werra e também alguns arcos da ponte da estrada de ferro.

 

Em 1945 aumentou o número de habitantes através da repentina fixação de residência das pessoas deportadas durante a Segunda Guerra (mas mais tarde pela emigração voltou ao que era ). Os novos cidadãos trouxeram também o trabalho de melhoria em vidro como uma nova ramificação da economia. Também foram produzidos os relógios e aparelhos esporte de inverno e surgiu uma grande horticultura. A pequena indústria tão necessária para a cidade ficou sujeita a condições do plano econômico do socialismo e foi ao chão, ou seja, foi sistematicamente arruinada.

 

Nas fábricas o atraso técnico trouxe grandes problemas depois da Segunda Guerra, e a meta dos anos seguintes foi de recuperar esse atraso. Wasungen, com sua cidade velha histórica e sua linda natureza em volta, também investe na indústria de turismo. Ele poderia junto com a pequena indústria ajudar o futuro da cidade e, se conseguir,  manter a natureza na situação atual assim como  o saneamento da cidade velha e a restauração do castelo Maienluft. Também as tradições culturais da cidade, principalmente o carnaval de Wasungen, conhecido desde a virada do século, deixaram a cidade conhecida e ajudaram muito para o desenvolvimento.

 

 

A Cidade Velha e Seus Pontos Turísticos

 

 

Uma atração especial são as dimensões pequenas da cidade velha de Wasungen. Sua rede de ruas, na maioria simples construção de moradias e instalações industriais e as partes preservadas da velha muralha devem ser consideradas exemplos típicos de uma cidade histórica pequena, mas que também pode apresentar uma excelente construção arquitetônica. A rede de ruas, desenvolvida na Idade Média Alta e Baixa e a topografia da cidade em si não sofreram quase nada nos  incêndios de 1849. 1851 e 1921; apenas dois bairros foram danificados. As construções atuais correspondem às construções antigas dos séculos XVI e XVIII, a construção típica da região de Henneberg e o seu madeiramento típico.

 

A rede de ruas tem um princípio muito simples: saindo da rua principal mais larga do centro até o mercado estão projetadas em forma de costela nos dois lados até uma rua transversal, que é paralela  à rua principal (à esquerda a torre cujo comprimento foi reduzido para dar espaço à praça do poço e à direita a Engelsgasse). As ruas separam assim blocos distintos que consistem principalmente de moradias voltadas para a rua principal, logo atrás estão pequenos quintais onde estavam instalados pequenas oficinas e estábulos e na parte final estava o armazenamento de feno. Do outro lado da rua estão de novo as residências, mas têm muito menos espaço para as indústrias. A montanha da igreja também pertence à região da cidade velha, que, saindo da Engelsgasse  desenha ruas muito pequenas feitas de paralelepípedos. Este complexo total antigamente cercado de muro e ribeirão forma  um quadrado de 350 X 170 m e uma área de 6 hectares. As torres, antigamente situadas nos dois extremos e que já na Idade Média foram consideradas “pré cidades”, foram eliminadas entre 1781/87 junto com a capela do mercado. Também foram eliminadas nessa época uma parte do muro da cidade e muitas torres.

 

Na construção enxaimel local está espelhada a riqueza dessa região, principalmente no rico uso das madeiras. A execução da fachada demonstra  uma forma rítmica. Estão alternados grupos de figuras com linhas de colunas de madeira. As figuras que servem para dar estabilidade à parede são  ligações entre colunas e travessas, e as mais significativas são aquelas que lembram a figura de um  “homem selvagem” que parece estar com as pernas abertas e os braços levantados. Sob a soleira, embaixo das janelas, predominam a cruz de Andreas, os losangos e formas geométricas em diversas disposições. Vigas, soleiras, vigas mestras e madeiras para preenchimento, em parte até pedestais e linguetas de fechaduras estão alinhados através do trabalho de entalhe (astrágalos, dentículos, Schiffskehle) e trabalhos de serra, sem prejudicar a expressiva e nítida divisão da parede.  Só no século VXIII a construção enxaimel é limitada somente para o necessário, mas ainda mostra naquela época o uso refinado de madeiras. Alguns exemplos demonstram o esforço de deixar renascer a construção enxaimel do século XVI e XVII.