Esta página conta um pouco da história e a genealogia
da primeira família Landgraf a vir para o Brasil, junto com os Beck, Schneider, Säugling e
outros, em 1861 . Quatro irmãos Landgraf
e seus
pais vieram de Hamburgo no navio
Willinck, da companhia Theodore Wille . Vieram da
pequena cidade de Wasungen , no que era
naquele tempo um país
independente, o ducado de Saxe-Meiningen, hoje Alemanha. Eu tive a
oportunidade
de ir até Wasungen, em 1990, e o encontro
com a família foi emocionante.
Em 2001 realizei o sonho de lá levar meus pais, Cinézio e
Cecília, e meus tios Arnaldo e Lourdes. Todos esses
alemães passavam dificuldades em suas cidades e
vieram para o Brasil atraídos pela possibilidade de ter suas
próprias propriedades. A viagem, tanto a de navio até
Santos, quanto a vinda de
Santos a Limeira deve ter
sido assustadora. No primeiro momento, ficaram em "colônias" nas
fazendas do senador paulista Souza Queiroz, no interior de São
Paulo, plantando café para pagar as passagens. Interessante
é o fato de que
eles vieram da Alemanha quando a imigração estava sendo
fortemente
criticada, devido a insistentes relatos de maus tratos que levaram
até
a uma rebelião numa das colônias do Senador
Vergueiro.
Vinte anos depois, um grande grupo de alemães (incluindo os
Landgraf,
os Säugling, os Beck e os Schneider) comprou terras e criou um
pequeno
bairro chamado Cachoeirinha, no caminho entre Pirassununga e
Analândia. Daí para frente essas
famílias cresceram muito e se espalharam.
A página conta também das origens da palavra
Landgraf , e dos condes que fizeram esse nome famoso na
história alemã. Quase tudo do que está aqui neste
sítio foi coletado por
Cinézio Landgraf, bisneto de um dos quatro irmãos
imigrantes. Os três irmãos homens que iniciaram a
descendência
Landgraf no Brasil foram Cristiano , Ernesto e Richard
.
São filhos de Johann Georg ,
nascido em 1805, e temos sua ascendência
até 1690, data de nascimento do ancestral que chegou em Wasungen
vindo da cidade vizinha Kaltennordheim.
Qualquer dúvida, comentário ou contribuição, favor contatar:
Cinézio Landgraf tel 11 5055 2983
Fernando José Gomes Landgraf email
f.landgraf@uol.com.br,
administrador deste sítio.
A origem da palavra Landgraf : os Landgraf da Turíngia e de Hesse.
Ainda não sabemos quando surgiu o sobrenome Landgraf, mas sabemos que a palavra já existia por volta do ano 1000, correspondendo a título feudal, como conde ou duque, em regiões de língua alemã. A tradução mais direta seria "conde da terra", já que a palavra Graf está associada a vários títulos feudais (Markgraf, Landgraf, Pfalzgraf, Graf) e Land significa terra.
Como nosso sobrenome está ligado a esse título de nobreza, temos pelo menos duas interpretações sobre nossas origens: ou somos descendentes diretos dos Landgraf da Turíngia, com direito a sangue azul e brazão, ou somos descendentes daqueles agregados do senhor que acabam conhecidos na vizinhança como "o João do Conde" que, duas ou tres gerações depois, já estão sendo registrados como Johan Landgraf. Meu pai sempre defendeu a primeira versão enquanto eu, depois de gostar da idéia na infância, hoje acho a segunda mais razoável.
Mas vamos ao surgimento do título Landgraf. Ainda que esse título tenha sido usado antes de 1130, foi aplicado para feudos muito pequenos. Esse título adquire importância na época das cruzadas. A Europa começava a sair da defensiva, e as Cruzadas são a ofensiva sobre os árabes, não só na Terra Santa mas também fazendo nascer Portugal e vários reinos espanhóis. A primeira cruzada, organizada basicamente por franceses, aconteceu entre 1095 e 1098 e foi um sucesso. Até Jerusalém foi conquistada. A política na Alemanha naquela época era complicada (ver texto sobre a política alemã no período) . Existiam muitos pequenos feudos e um intrincado arranjo de poder. No topo estava o Rei dos Alemães, título que era vitalício mas não era hereditário. Quando morria um Rei, havia uma reunião dos "príncipes-eleitores", uns dez nobres, que elegiam o próximo. Todos os Reis tentavam fazer seu sucessor, em geral seu filho, mas sistematicamente os "príncipes" impediam essa continuidade, pois isso lhes garantia grande poder. Como o eleito era sempre um dos "Eleitores", grandes conchavos se articulavam por décadas. Eleito Rei, o próximo objetivo tornava-se ir a Roma ser coroado Imperador do Sacro Império Romano Germânico, pelo Papa. Como a política era pouco centralizada, isso não significava tanto poder assim. Mais importante que isso era, no caminho, garantir seu poder sobre as cidades italianas, que eram as mais ricas do Ocidente naquele momento. Por exemplo, brigas entre famílias principescas alemãs Welf e Hohenstaufen tornam-se brigas entre partidos italianos em Florença, os Guelfos e os Guibelinos.
Por volta de 1130 o duque da Saxônia, Lothair III
precisou do apoio da família Ludowing para ser eleito Rei dos
Alemães, em 1125. Como retribuição, em 1131, fez
de Ludwig Ludowing o Landgraf da Turíngia, juntando as vizinhas
terras de Hesse e elevando-o a categoria de Eleitor. Com a morte de
Lothair em 1137, Ludwig I ajudou a eleger Conrad, o primeiro Staufer a
tornar-se Rei e Imperador.
Ludwig morreu em 1140 e seu filho só tinha 12 anos. Conrad III
garantiu sua posse no Congresso de Worms, neste mesmo ano. Ludwig II
consolidou seu poder enfrentando vários inimigos, o mais
poderoso deles tendo sido Heinrich o Leão de Braunchweig. Fundou
novas cidades, expandiu o castelo de Wartburg, em Eisenach, cunhou
moedas e organizou os registros civis. Foi ele quem definiu o
brasão da sua família como sendo o Leão em
riste. Ficou conhecido como Ludwig II
"o Férreo". Casou-se com a irmã de Frederico Barbaruiva e
acompanhou-o em sua ascensão a Imperador, suas lutas no norte da
Itália e contra os poloneses. Com isso fortaleceu-se e
consolidou
seu poder. Morreu em 1172.
|
O leão em riste foi o símbolo
adotado pelos landgraf da Turíngia por volta do ano 1100. Como a
formação do moderno estado da Turíngia é
traçado àqueles condes, o símbolo da
Turíngia é o leão em riste. Na divisào do
condado que se seguiu à morte de Ludwig IV,
o filho de Sofia Ludowing herda a parte centrada em marburg, que
é
hoje o Estado de Hesse. Como tanto Sofia quanto seu marido, conde de
Brabante
(Bélgica) tinham como símbolo o leão em riste,
esse
ficou sendo o símbolo de Hesse também. Esse símbolo é relativamente comum na heráldica. O escudo à esquerda é a versão usada por Philip o Magnânimo, descendente de Sofia e landgraf de Hesse por volta de 1500. O castelo de Marburg foi construído por ele. A maior cervejaria de Marburg, chamada Marburger, tem como epíteto Landgrafen Pils, a Pils dos landgraf. |
Seu filho Ludwig III foi mantido no poder por Barbaruiva, que lhe ofereceu o título de Conde Palatinado da Saxônia, mas não conseguiu vencer a resistência de Heinrich o Leão. Em 1189 foi participar da Terceira Cruzada, organizada para reconquistar Jerusalém, novamente perdida para os árabes. Quando chegou à Palestina foi logo declarado o líder dos exércitos ocidentais. Participou de importantes batalhas, seu heroísmo é citado em poema épico da época, mas ficou doente e morreu em Chipre em 1190. Ficou conhecido como Ludwig o Piedoso.
Seu filho Hermann tinha 34 anos e já era Conde Palatinato (Pfalzgraf) da Saxônia quando Ludwig III morreu. O Imperador Henrique VI tentou declarar vaga a posse da Turíngia, mas os príncipes eleitores não permitiram, garantindo o lugar de Hermann. Na Dieta de Erfurt, em 1194, ele se opôs a pretensão de Henrique VI de tornar a monarquia alemã hereditária. Na luta que se seguiu entre os Welf e os Staufer, Hermann mudou de lado várias vezes e quase perdeu a Turíngia para Otto, o filho de Henrique o Leão, mas foi salvo por Frederico II, que foi chamado da Sicília em 1212 para assumir como Rei dos Alemães.
A corte de Hermann, no castelo de Wartburg sobre a cidade de Eisenach , tinha a presença dos maiores poetas alemães daquele século, Walther von der Vogelweide, Wolfram von Eschenbach e Heinrich von Veldeke. Ele mesmo tomou parte da chamada "guerra das canções" (Sängerkrieges) em 1206. A importância de sua corte era tão grande que a ópera Tannhauser, de Wagner o menciona explicitamente. Morreu em Gotha, em 1216.
Seu filho Ludwig IV, tinha 16 anos quando o pai morreu, e logo assumiu o condado. Casou-se com uma moça que virou santa, Santa Isabel (Elisabeth, em alemão, ou Erzbet em húngaro). Contemporânea de São Francisco de Assis, ela era filha do rei da Hungria Andreas II e foi levada aos 4 anos de idade para viver na corte dos Landgraf da Turíngia, para casar com o filho mais velho do conde Hermann I. Esse filho morreu, e ela, aos 14 anos, casou-se com o irmão mais novo do seu prometido. Viveu de 1207 a 1231.
A Hungria era um reino poderoso entrando em decadência. Quando o avô dela, Bela III, pediu a mão da filha do rei da França, falava-se que a fortuna de Bela só era superada pela de Ricardo Coração de Leão, que naquela época era o rei da Inglaterra e de metade da França. Os conflitos entre o reino da Hungria e a República de Veneza prejudicaram o crescimento da economia húngara e o longo reinado do pai de Erzbet, Endres II (1205-35) foi marcado pelo enfraquecimento do poder central e fortalecimento da grande nobreza, fenômeno geral na Europa, naquele momento.
Depois de ter ficado viúva, Erzbetfoi perseguida por seu tio
Heinrich, entrou para o convento franciscano de Marburg, gastou
sua herança na criação de um abrigo e um asilo
para os pobres da região e lá morreu. Os húngaros
são muito orgulhosos dela. Os barcos que fazem a visita
turística ao longo do Danúbio, em Budapeste,
até contam seu milagre mais famoso: parece que a sogra
não gostava dela, por que ela dava comida aos pobres, coisa que
a sogra havia proibido. Uma vez, Erzbet levava pães escondidos
em seu vestido quando foi surpreendida pela velha senhora. Quando
perguntada sobre o que levava ela respondeu: rosas! Abrindo o vestido,
em vez de pães lá estavam rosas, para o desapontamento da
sogra. Na verdade, essa lenda é contada sobre várias
santas da Idade Média. As igrejas franciscanas de Recife e de
Olinda, por exemplo, tem quadros retratando ela, Santa Isabel da
Hungria, e também da santa Isabel de Portugal. Lá,
quem tem rosas no colo é a de Portugal. O fato é que os
seguidores de Francisco de Assis haviam assumido grande
importância na Igreja, naquele momento, e Isabel
foi uma das primeiras a aderir à ordem. Foi canonizada apenas 4
anos
após sua morte, pelos milagres concedidos a pessoas que
visitavam
seu túmulo, em Marburg .
Seu marido morreu cedo, aos 27 anos, em 1227, após ter sido
convencido a participar da liderança da Quinta Cruzada. Mas
nosso "tataratataravô" (se você quiser acreditar que somos
parentes) não chegou à Terra Santa, pois morreu de
peste antes de sair de Otranto, na Itália. A peste foi
tão violenta que o Imperador Frederico II decidiu adiar sua
partida. O papa não acreditou na história, achou que
Frederico estava protelando mais uma vez e excomungou-o por isso. No
ano seguinte Frederico liderou a Cruzada, mesmo contra as ordens do
papa, retomou Jerusalém, sagrou-se Rei de Jerusalém na
Igreja do santo Sepulcro e voltou em triunfo. O papa mais tarde revogou
a excomunhão.
Como os filhos de Ludwig IV eram pequenos, seu tio Heinrich Raspe, irmão de seu pai, tornou-se o regente e posteriormente assumiu o título. Teve altos sonhos, esse Heinrich. Aproveitando as richas entre o imperador Frederico II, vários nobres alemães e o papa, Heinrich tentou derrubar Frederico. Chegou a ser eleito Anti-Imperador, mas não conseguiu ir muito longe. Pior, morreu sem filhos, apesar de ter casado 3 vezes, e com isso a família Ludowing perdeu a posse da Turíngia para a família Wettin, margrafes de Meissen e de Saxe.
Os filhos de Ludwig IV e da santa tentaram reaver as posses mas os Wettin ligaram-se fortemente a Frederico e inviabilizaram qualquer reviravolta. Após muita insistência, incluindo guerras, a filha Sofia conseguiu que as terras fossem divididas e seu filho ficasse com o título de Landgraf de Hesse.
A partir de 1270, portanto, passam a existir os Landgraf da Turíngia, de família Wettin, e os Landgraf de Hesse, herdeiros de Sofia casada com o Duque de Brabante (parte da Bélgica). O título de Landgraf da Turíngia era apenas um dos títulos dos Wettin, ao passo que o título de Landgraf de Hesse é o mais importante para os descendentes de Sofia.
O mais importante descendente dela foi Felipe de Hesse que, em 1520 adota o protestantismo, lidera os príncipes alemães a vencer a grande insurreição camponesa em 1525 e decide enfrentar o maior monarca da época, Carlos V, e perdeu. Foi preso e perdeu o ímpeto. Ainda viveu para ter-lhe dedicado o livro de Hans Staden, "Viagens ao Brasil", editado em Marburg em 1558. Vários castelos da região de Hesse pertenceram aos descendentes de Sofia, entre eles o Castelo de Hanau (perto de Frankfurt).
As terras de Hesse foram várias vezes divididas e
várias vezes reunidas, e os Landgraf de Hesse sobreviveram
até o século XX.
Mas vamos à verdadeira família Landgraf que nos
interessa, esses pobres diaristas que preferiram arriscar ir para o
desconhecido
além-mar do que ficar passando dificuldades em Wasungen.
família de Johann Georg Landgraf (1805-186?).
nascido em 26/07/1805
(inicialmente diarista e depois comerciante de sabão)
casado com Elisabeth Margarethe Kiehm, nascida em 20/09/1810, filha
de sapateiro. Seus filhos:
Além de confirmar que nossos Landgraf vieram mesmo de Wasungen, estendemos nossa árvore genealógica até 1690, data de nascimento do tataravô dos nossos 3 ancentrais. Para ir mais para trás, teremos que buscar informações na cidade de KaltenNordHeim, que fica a 20km de Wasungen. Heinrich Landgraf veio de lá para Wasungen, no início do século XVIII.
|
Wasungen é uma pequena cidade da Alemanha, hoje no estado da Turíngia, às margens do Rio Werra, próxima à cidade de Eisenach, onde fica o castelo de Wartburg, principal castelo dos Landgraf da Turíngia. O mapa mostra também Marburg, no estado de Hesse, cidade que era o centro do condado de Hesse , comandada por Landgrafs descendentes de Ludwig IV da Turíngia. Lá está enterrada a Santa Isabel, mulher do Landgraf e sua filha Sofia.
Temos bastante informação sobre a
história de
Wasungen, em livros de um historiador local (Dr. Gunther Wölfing).
Wasungen
é uma cidade fundada antes do ano 1000 e teve seus momentos
importantes
na história regional, como
descreve
Wölfing.. Os nossos ancestrais nunca chegaram a ser importantes na história de Wasungen. Nos 3 livros que dispomos sobre a história da cidade, nenhum membro da família é mencionado. Conforme um documento que estava nas mãos de Georg e Erika Landgraf, em Wasungen, em 1990, nossos ancestrais são: |
Conforme um documento que estava nas mãos de Georg e
Erika Landgraf, em Wasungen, em 1990, nossos ancestrais são:
Heinrich Landgraf
(1690-1758, fabricante de óleo)
Nascido em 1690, em Kaltennordheim, a 20km de Wasungen.
Segundo Erika Landgraf, sua descendente em Wasungen, após um
dos incêndios da cidade, Heinrich pediu autorização
para construir um moinho de óleo naquela região.
Casou com Ottilie Marwart, nascida em Kaltennordheim.
Número de filhos não conhecido. Um deles é Johan
Christian Landgraf
Faleceu em 21.03.1758, com 68 anos.
Johan Christian
Landgraf (1735-1797, fabricante de óleo)
Nascido em 19.12.1735, em Wasungen.
Casado em 11.08.1760 com Anna Elizabeth Bach, nascida em 15.08.1732,
filha de Georg Christian Bach, falecida em 17.11.1797.
Teve um só filho, Johan Michael Landgraf.
Faleceu em 04.04.1797, com 62 anos.
Johan Michael Landgraf (1761-1835, diarista)
Nascido em 01.09.1761
Casado em 26.10.1788 com Suzanne Elizabeth Müller, filha de Johan
Valentin Müller. Falecida em 1839.
Teve 10 filhos
1,2,3 ?
4. Georg Adam (1.1.1797) ancestral de Georg e Erika Landgraf, que
passaram essas informações em 1990.
5. ?
6. Johann Georg (26.7.1805) nosso
ancestral
7. ?
8. Johann Christian (?.1810) talvez o ancestral de Gotthard
9. E 10 ?
Falecido em 04.02.1835, com 75 anos.
Foi possível juntar a nossa árvore à de Georg e
Erika através do nome de Johann Georg, nascido em 1805. Nos
livros do pastor luterano de Wasungen tínhamos encontrado, em
1990, a família de Johann Georg e seus filhos, confirmando nomes
e datas tínhamos. Ali encontramos o nome de seu pai e data de
nascimento, e isso encaixou-se com o Johann Michael Landgraf . Neste
ponto as árvores genealógicas se juntaram.
A partida
Segundo nos informa o Escritório da História da Emigração do Museum für Hamburgische Geschichte , de Hamburg, na Alemanha, no dia 15 de Abril de 1861 partiram Georg Landgraf (nascido em 1806) , sua esposa Elisabeth, 50 anos, seus filhos Christian , 31 anos, Ernst, 18 anos, Susanne, 16 anos, e Richard, 12 anos. Christian já era casado e levou sua esposa Frederike, 31 anos, seu filho Elias, 3 anos e sua filha Antonie. Segundo aquele documentos, eles eram todos de Meiningen, ou seja, do ducado de Sachsen-Meiningen, um mini país prestes a ser engolido pela unificação alemã de Bismarck. O mesmo documento cita que partiram no navio chamado Willinck. Esse documento do porto de Hamburg foi obtido por Mercedes Wensel, irmã de Max Wenzel, a pedido de Cinézio Landgraf, em xx de xx de 19xx. Na mesma página constam as famílias Fischer, Maler, Beck e Säugling, todas de Meiningen e todas vindo para Santos no mesmo navio. Daniel Säugling era casado com Eva Bernardine, irmã de Christian Landgraf.
As idades no documento de Hamburg são compatíveis com as datas de nascimento da paróquia, exceto por Susanne, que não constava na lista da paróquia.
Documento: fotocopia do livro
Verzeichnis, pag 121, número 15, filme K1708.
O contrato com a companhia de navegação Theodor Wille
Cinézio guarda o documento manuscrito “Compromisso”, datado
de
abril de 1861, estabelece o contrato da viagem de 9 adultos e 3
crianças em navio da companhia Theodor Wille, de Hamburgo. As
assinaturas são de Georg Landgraf (três cruzes), Lxx
Landgraf e Daniel Säugling. As duas famílias já
mantinham vínculos antes de chegarem no Brasil, pois Daniel era
casado com uma filha de Georg.
A tradução do Recibo diz:
Deveres
Do trabalhador: ___________
Com família, a saber: ______________
Com o Sr. Theodor Wille em Hamburg.
O assinante que recebeu adiantado a passagem para si e para os acima mencionados membros da família, de acordo com a especificação abaixo com .... se obriga, não só conferir ao Sr. Theodor Wille, por meio de seu escritório em Santos, fechar o contrato com um fazendeiro brasileiro para si e sua família, para contratar força de trabalho para ele e sua família em uma colônia na província de São Paulo, mas também comprometer-se, através da assinatura deste contrato, a pagar pelo produto parcial de seu trabalho a passagem e os custos decorrentes, que do contrato firmado entre o trabalhador e o patrão do qual a metade que lhe cabe seja utilizada para a liquidação. Que pela assinatura do seu nome, fica obrigado a se responsabilizar pelas obrigações constantes no seu contrato e de seus familiares, de cumprir as ordens legais de seus patrões ou seus procuradores, e dedicar-se ao serviço confiado com atenção o tempo todo .
Assinaturas
O livro Theodore Wille apresenta um texto do contrato que é
idêntico ao texto manuscrito que possuímos.
Primeira Geração dos Landgraf no
Brasil e seus filhos
I. A familia de Christiano Landgraf
primeiro filho de Georg Landgraf e Elisabeth
nasceu em 20/01/1830, em Wasungen, Ducado de Saxe-Meiningen.
casou-se em primeiras núpcias com Fredericka Enk
faleceu em 13-11-1896. Cinézio Landgraf, seu bisneto,
escreveu texto sobre Christiano. Seu túmulo foi trasladado para
o Cemitério de Pirassununga. Cinézio reformou-o em 2.000.
Entrando aqui você verá uma foto de 1882, de
Gustavo e seus filhos. É um arquivo de 1 Mb.
filhos
I.F1
Elias
n. 13.10.1858 f. 03.01.1917
casado com Ana Beck (1863-1926)
I.F2 Antonia
n. 04-10-1859 f. 03-09-1956
casada com Cap. Fernando Braun
veio para o Brasil em abril de 1861.
I.F3 Henrique primeiro filho
nascido no Brasil, em S. Gerônimo, morreu novo.
I.F4 Gustavo
n. 04-01-1863? - f. 05.09.1942
casado com Leduvina Schneider n. 02/02/1864 f.23/03/1945
I.F5 Benedito
nascido em 1866 - f. 16.07.1949
casado com Ernestina Beck, nascida dia 26/02/1864
I.F6
João
faleceu solteiro
I.F7 Bernardo
casado com Leveta Beck.
Quando a família saiu da Cachoeirinha ele foi para o
sertão. Mato Grosso?
I.F8 Albertina 1869- ?
casada com
casou-se em segundas núpcias com Maria Kastein
filha
I.F9 Amélia (10.1.1895 - 02.07.1938)
casou-se com Anibal Magalhães Carvalho
II. A Família de Eva Bernardine
Casada com Daniel Säugling, ancestral de Ana Säugling,
esposa de Fernando Landgraf. (I.F4.N7).
Ver a árvore dos Säugling, a ser preparada.
III. A família de Ernesto Landgraf ( 1843- 1932)
é o terceiro filho de Georg que veio ao Brasil. Daí ficou
sendo III nesta árvore.
filhos do primeiro matrimônio
III.F1 Cristiano Landgraf , nasceu no
Cresciumal
casado com Linda Hildebrand
(irmã do Jorge, sócio do Benedito)
III F2 Bernardo Landgraf, N na cachoeirinha, f. em 1956, em
Pirassununga.
casou com Margarida
Hildebrand
III.F3 Augusto
casado com Vita Schmack (n.
12.10.1875 na Alemanha, veio para cá em 1880)
III.F4 João
casado com Ana Boller
III.F5 Simão
III.F6 Ernesto
casado com Guilhermina
III.F7 Ricardo
III.F8 Leveta
casada com Henrique Ketner
III.F9 Carlos
casado com Ida Iesk
III.F10 Suzana
casada com Guilherme Iesk
filho do segundo casamento, com Augusta Habermann
III.F11 Augusta Guilhermina, n. 25.12.1890, f. 13.08.1944
casada com José Pozzi, n. 19.02.1878 e f.
25.01.1937
III.F12 Otto, n. 20.09.1888, f. 01.07.1962
casado com Matilde Boller ,
n. 1889, f. 1964
III. F13 Jorge n. ? f. 29.07.70
casado com Emilia Barros
n.1907, f. 17.09.1968
III.F14 Maria
casada com José
Egidio
III.F15 Augusta
filhos do 3o casamento, com a viuva Ana Boller
Ana trouxe 13 filhos, dentre os quais Matilde e Ana.
faleceu a 03.09.1932 na Santa Casa (parece que foi de hérnia)
atestado de óbito assinado pelo Dr Cerqueira
O cartório diz que nasceu em Sachsen, mas o túmulo diz
que nasceu em Münch
IV. A família de Suzanne Landgraf
Não sabemos o sobrenome de seu marido.
A notícia que temos é que todos os filhos dela morreram
de tuberculose.
IV.F1 Geni
IV.F2 Gastão
IV.F3 Fernando
V. A Família de
Richard Landgraf
é o quinto filho de Georg Landgraf que veio ao Brasil.
nasceu em 20/01/1849 em Wasungen
casado com Sofia Mahler
Filhos
V.F1 Bernhard, nascido em 27/05/1871(Colonia M.Oliveira)
V.F2 Antonia , nascida em 08/03/1880
V.F3 Antonio, nascido em 20/01/1883
Esteve junto com a família até os anos 80 do
século XIX.
Sua descendente Maria (IV.3.3) disse que ele e família
mudaram-se de Pirassununga para São Simão e depois
para a Fazenda Guatapará, em Ribeirão Preto (Antonio, seu
filho, tinha 4 anos, portanto isso foi em 1887). Sophia, sua esposa,
não
falava português, não gostava de brasileiros, achava-os
preguiçosos, esbanjadores e com pouca higiene.
Richard trabalhou na Fazenda Guatapará até falecer, em
1924. Foi enterrado no Cemitério da fazenda. Sua esposa falece
ali também, pouco mais tarde.
Quando a família trazia relatos, costumava haver confusão
entre este Ricardo e o filho do Ernesto de mesmo nome (II.F7)